sexta-feira, 6 de agosto de 2010

METEOROLOGIA À PORTUGUESA


Todos os anos, Portugal é surpreendido duas vezes: uma vez pelo Verão e outra pelo Inverno. Nunca estamos à espera deles. Para o resto do mundo, a natureza é cíclica, monótona e repetitiva. Para nós, é uma caixinha de surpresas. «Olha, lá vem o Verão outra vez. E não é que traz novamente muito calor, este bandido? Se calhar devíamos ter feito uma limpeza às matas. Ops!, tarde demais, já está tudo a arder.» No Inverno, a mesma coisa. «Olha, lá vem o Inverno outra vez. E não é que traz novamente muita chuva, este bandido? Se calhar devíamos ter feito uma limpeza às sarjetas. Ops!, tarde demais, já está tudo alagado.» E assim sucessivamente.
Nunca cansa. E, no entanto, imagino que os jornalistas usem sempre a mesma notícia. Há dois ou três pormenores que mudam, como a marca dos helicópteros que combatem o fogo ou o número de viaturas que são arrastadas pela enxurrada, mas o resto é igual: «Violento incêndio ali», «Fortes chuvas acolá». Até os adjectivos que qualificam as catástrofes são previsíveis: os incêndios são quase todos violentos e é raro as chuvas serem outra coisa que não fortes. Não há memória de fortes incêndios e violentas chuvas, por exemplo. Mas não é por isso que deixamos de receber as notícias com renovada surpresa. Temos dificuldade em acreditar que ainda não foi desta que a chuva deixou de causar os estragos próprios da chuva. É verdade que, este ano, a chuva deu novamente cabo das estradas e voltou a fazer vítimas, mas pode ser que, para o ano, chova mais civilizadamente. Todos os anos damos uma oportunidade à chuva. E, por um lado, ainda bem.
Não sei se consigo imaginar Portugal sem as calamidades. As calamidades ajudam-nos a organizar a vida. São pontos de referência. «Quando é que mudámos de casa? Foi depois dos incêndios de 91, porque eu já tinha o Renault que foi levado pelas cheias de 94, mas ainda não tinha ficado sem a perna esquerda, que foi ao ar nos incêndios de 92.» Se as autoridades competentes começam a varrer as matas e a limpar as sarjetas, deixamos de ter a noção do tempo. Ainda vamos ter que comprar uma agenda. Com as calamidades, é dinheiro que se poupa.
E não só. Há gente cuja vida tem sido salva pelas calamidades. Gente que sobreviveu às cheias de 87 porque ainda estava no hospital a recuperar das incêndios de 86. Gente que se salvou dos incêndios de 99 porque ainda tinha a casa alagada das cheias de 98 e usou a água para combater as chamas.
Enfim, gosto da esfera armilar na nossa bandeira. Mas uma sarjeta entupida, entre o vermelho e o verde, também não ficava mal.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A JUSTA MEDIDA


Permitam-me que utilize este espaço para um anúncio judicial: vou processar o sexólogo Nuno Monteiro Pereira, autor do livro O Pénis - da Masculinidade ao Órgão Masculino. Trata-se de um estudo científico sobre o pénis, e eu não tenho nada contra a ciência nem contra o pénis - excepto quando ambos se juntam para me dar cabo da vida. É o caso deste estudo.
No livro, o Dr. Monteiro Pereira revela que os homens mais altos possuem um pénis maior do que os mais baixos, e que o pénis dos magros é maior do que o dos gordos.
Eu, que tenho 1,88 metros e sou escanzelado, já estava a preparar uma caixa de charutos cubanos com um simpático cartão de agradecimento ao cientista quando constato que, na mesma obra, o Dr. Monteiro Pereira discorre longamente sobre os inconvenientes do excesso de dimensão peniana.
Não se faz.
A agravar tudo isto, junte-se o facto de a credibilidade do estudo ser absolutamente inatacável.
Por exemplo, o Dr. Monteiro Pereira revela que o comprimento médio do pénis português é de 15,82 centímetros. Ciência é isto: RIGOR. Não são 16 centímetros. Não são 15,8 centímetros. São 15,82 centímetros.
Temos a informação sobre os centímetros (15), os milímetros (8) e a unidade de medida que vem imediatamente a seguir ao milímetros (2), cujo nome não me ocorre neste momento, embora o meu pénis a possua.
Benditos 0,02 centímetros que se juntaram aos 15,8 e não foram deixados de fora.
Dito isto, não impressiona, as 0,02 centímetros podem fazer muito pela auto-estima do pénis português.
Eu sou um leigo em medição peniana, mas não deixo de me impressionar com precisão deste estudo. E também com a importância que o seu objecto mereceu. Neste estudo foram usados instrumentos de medição que arredondam até à centésima de centímetro. Para um objecto de estudo menos digno, uma fita métrica teria bastado.
Seja como for, este estudo pode ser, também, libertador. Sobretudo na medida em que pode salvar o homem da opressão feminina. Chega, minhas senhoras. Nós não somos apenas objectos sexuais. Somos mais do que simples caras bonitas. Possuímos um órgão sexual fascinante e até de dimensões, em média, muito aceitáveis? Possuímos, sim senhora.
Mas ele é também um protagonista de tratados científicos, motivo de discussão para investigadores que, em regra, até por usarem óculos muito grossos e terem, em geral, borbulhas, se servem mais dele no âmbito da ciência do que no do lazer.
Merece, por isso, mais respeito.
Às vezes falha? Ouvi dizer que sim, mas há de certeza uma razão extremamente científica que o justifica.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

NÓS, ORGÃOS POLÍCIA CRIMINAL, QUEREMOS SABER COMO AGIR.


O texto não é meu, mas é muito bom... vale a pena ler... dá que pensar!!!


"Queremos que nos digam o que esperam que façamos. Queremos que nos digam como querem que seja executada a nossa acção. Até agora corremos por nossa conta e risco. Sacrificamos a vida pessoal e familiar, sacrificamos o nosso orçamento familiar para adquirir meios que não nos facultam e agimos de acordo com a nossa avaliação dos factos com o único objectivo de manter a Ordem Pública, a Autoridade do Estado.
Quando as coisas correm mal descobrimos que não era exactamente o que a sociedade pretendia e somos punidos. E se não agimos somos acusados de complacência. Em principio, o POLICA está investido de Autoridade do Estado, mas em quê que se traduz essa autoridade? Como pode fazer valê-la? Como se pode mantê-la inviolável?
Fisicamente, qualquer POLICIA pode ser vencido por qualquer cidadão. Ainda não há “Super-Homens”, mas os POLICIAS também não podem usar a violência física, apenas podem defender-se da violência contra si.
Alguém acredita que basta uma ordem verbal para fazer sanar um crime, por menor que ele seja? Sendo desrespeitada a ordem verbal, qual o patamar seguinte?
Ignorar o crime ou manter a Autoridade Pública? A que custo?
Reportemo-nos ao caso do militar da GNR condenado a 14 anos de prisão por ter disparado contra um jovem de 17 anos que lhe havia roubado um fio de ouro, causando-lhe a morte. Face à evolução da sociedade, face à queda de valores e da ordem social, este caso merece a nossa reflexão, merece por isso uma análise profunda. Aqui apenas serão lançados os dados.
O POLICIA em causa foi punido, assim o ditou a justiça. Então ficamos a saber que aquela actuação foi severamente condenada, foi considerada totalmente inaceitável.
No entanto alguém deveria dizer como ele deveria ter agido para amanhã os outros POLICIAS saberem como actuar, e o cenário que se põe é o seguinte:
O POLICIA, identifica-se e oferece resistência. Se os assaltantes prosseguirem com o roubo, o POLICIA, fisicamente em desvantagem, permite que lhe levem o fio. Posteriormente, pede apoio policial para tentar identificá-los, com ou sem sucesso dada a enorme multidão e enorme área urbana. Não se livra da vergonha pessoal, social e profissional de sendo POLICIA, ter-se deixado roubar.
No dia seguinte esse mesmo POLICIA, já fardado exerce a sua actividade na zona e passa a ser vítima de chacota social. Como pode proteger um cidadão se ele próprio tinha sido assaltado?
Mesmo que fosse possível identificar os indivíduos, o POLICIA não os levaria a justiça, por uma série de razões; A Justiça é excessivamente cara , perante o seu rendimento, e não teria apoio institucional; A Justiça é lenta e seria ineficaz pois a sua Autoridade como policia já estava ferida.
Restar-lhe-ia conformar-se e eventualmente mudar de zona.
Como se sentiriam os assaltantes se o POLICIA tivesse sido assaltado sem consequências?
Confiantes para tentar um patamar mais acima? Qual? Qualquer um!
Agora, digam-nos como reagiremos se, estando sozinhos, virmos um cidadão a ser roubado ou agredido por alguém fisicamente superior a nós? Deixamo-lo agir e chamamos reforços para tentar identificá-lo posteriormente? É que só dizer que se está investido da Autoridade do Estado não chega para fazer cessar a agressão. O que poderá o agressor temer quando vê um POLICIA? Nada!
Mas a estas questões há duas versões: Se quem responde for a vitima, todos os meios são aceitáveis, caso seja pai, familiar do criminoso, todos os meios são escessivos. No meio destas análises está o POLICIA que tem de tomar uma decisão sozinho!
Mas o que acontece ao POLICIA se “não viu” o cidadão a ser vitima de um crime? Nada. O que acontece se reagir e essa reacção foi desproporcionada? Severamente condenado!
Então em que ficamos? Que querem de nós que ainda não somos Super-Homens?
Quem rouba um fio a um POLICIA também pode roubar a arma. Não?! Então, se amanhã um grupo de delinquentes abordar um POLICIA e lhe exigir a arma, como deve reagir?
Fisicamente inferiorizado, usa a arma para manter na sua posse (na posse do Estado) ou entrega-a para não por em risco a vida dos delinquentes? Como agirá?
Se o POLICIA usar e atingir alguém, tem destino certo na cadeia, se a entregar ainda que resista sem pôr a sua vida em perigo, pode ser expulso pela Instituição. Mas a arma roubada pode ser usada contra cidadãos comuns, qualquer um! De quem será a responsabilidade?
Vejamos ainda o seguinte:
Há doentes que entram com próprio pé num hospital e saem no estado vegetativo e outros já nem saem de lá vivos: Erro médico mas ninguém vai para a cadeia;
Há juízes que condenam inocentes e outros que libertam criminosos que voltam a cometer crimes, muitos deles violentos, e nenhum vai para a cadeia porque não se pode beliscar a Autoridade do Estado. É que caso acontece os Senhores Juízes passariam estar condicionados no momento de decidir. É exactamente o que acontece com os POLICIAS, estão extremamente condicionados no momento de decidir porque o risco da cadeia é real e não há desculpabilização para um erro policial, ainda que seja sobre delinquentes, ainda que seja para repelir um crime!
Precisamos que nos digam como deveremos agir!
Não podemos manter a Autoridade do Estado por nossa conta e risco! Alguém tem que assumir essa responsabilidade: Agimos até que ponto ou simplesmente não agimos? É preciso ter presente que a voz da POLICIA apenas é respeitada pelas pessoas de bem, mas com essas pessoas não resultam problemas, queremos saber como agir perante aqueles que não obedecem e até desafiam a Autoridade do Estado? Alguém dirá, levem-nos à justiça! Mas é exactamente isso que queremos que alguém diga, como levamos alguém à justiça contra a sua vontade, quando resiste e é fisicamente forte? Como fazemos cessar uma agressão contra nós ou contra um cidadão, se fisicamente estivermos em desvantagem? Deixamos agredir e identificamo-los depois? Deixamos de ser POLICIAS e passamos a ser identificadores de criminosos?
No passado, um delinquente era severamente punido pela moral social e isso, em muitos casos, era suficiente. Hoje tal não acontece.
Para uma melhor qualidade da actuação policial, exige-se que os cidadãos digam o que esperam de nós, como querem que o POLICIA mantenha a Autoridade do Estado, ainda que seja contra si, mas para o bem comum. O risco é cada vez maior e tal verifica-se no aumento da insegurança.
O ridículo já aconteceu:
Um cidadão fugiu para uma esquadra para se proteger e foi agredido lá dentro por quem o perseguia. Alguém perguntou como é possível tal acontecer? Acontece porque o POLICIA não pode fazer nada. Essa é a realidade que ninguém quer ver! Amanhã, quando casos ridículos se banalizarem, poderá ser tarde demais! Daqui a tomarem de assalto a esquadra… pouco falta! Até por brincadeira, mas é possível.
Vale a pena pensar nisto!"

domingo, 2 de maio de 2010

INVERSÃO DE VALORES


INVERSÃO DE VALORES - CARTA DE UMA MÃE PARA OUTRA MÃE (ASSUNTO VERÍDICO).

*Carta enviada de uma mãe para outra mãe no Porto, após um telejornal da RTP1:

De mãe para mãe... Cara Senhora, vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a transferência do seu filho, presidiário, das dependências da prisão de Custóias para outra dependência prisional em Lisboa. Vi-a a queixar-se da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que vai passar a ter para o visitar, bem como de outros inconvenientes decorrentes dessa mesma transferência. Vi também toda a cobertura que os jornalistas e repórteres deram a este facto, assim como vi que não só você, mas também outras mães na mesma situação, contam com o apoio de Comissões, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, etc...

Eu também sou mãe e posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro, porque, como verá, também é enorme a distância que me separa do meu filho. A trabalhar e a ganhar pouco, tenho as mesmas dificuldades e despesas para o visitar. Com muito sacrifício, só o posso fazer aos domingos porque trabalho (inclusivé aos sábados) para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Se você ainda não percebeu, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a uma bomba de combustível, onde ele, meu filho, trabalhava durante a noite para pagar os estudos e ajudar a família.

No próximo domingo, enquando você estiver a abraçar e beijar o seu filho, eu estarei a visitar o meu e a depositar algumas flores na sua humilde campa, num cemitério dos arredores...

Ah! Já me ia esquecia: Pode ficar tranquila, que o Estado se encarregará de tirar parte do meu magro salário para custear o sustento do seu filho e, de novo, o colchão que ele queimou, pela segunda vez, na cadeia onde se encontrava a cumprir pena, por ser um criminoso. No cemitério, ou na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante dessas "Entidades" que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de conforto ou indicar-me quais "os meus direitos".

Para terminar, ainda como mãe, peço por favor: Façam circular este manifesto! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de valores que assola Portugal e não só... Direitos humanos só deveriam ser para "humanos direitos" !!!

domingo, 21 de março de 2010

É À BÓRLIÚ?


Há uma espécie de lenda que faz com que português seja, ainda hoje, sinónimo de borlista em Itália. Ao que parece um dos nossos reis a certa altura terá sido convidado a visitar as cortes italianas. O convite pressupunha que sua alteza do reino de Portugal, bem como a sua comitiva, nada pagariam durante toda a visita. Escusado será dizer que os membros da comitiva eram mais que as mães e que foi sempre a despachar no que toca a falcatruas, roubos e dívidas por pagar. Ou seja, foi mais ou menos o equivalente ao que a claque dos Superdragões costuma fazer na estação de serviço de Aveiras.

Não sei se esta história é de facto verdadeira (até porque não tive oportunidade de conversar com o Professor José Hermano Saraiva), mas uma coisa é certa:

Não há nada por que um português mais se pele do que por qualquer coisita grátis ou, como se diz na gíria, à bórliú.

Se um champô oferecer um amaciador o português não hesita em comprá-lo. Nem que seja careca como um ovo e na realidade não precise nem de champô nem de amaciador;

Se uma festa tem bar aberto até os abstémios bebem gasosas atrás de gasosas, de penálti só para aproveitar;

Se num cocktail há acepipes de salmão então há que enfardar às dúzias, mesmo que sejamos alérgicos a peixe. A mentalidade é, mais vale fazer mal do que desperdiçar.

E esta mentalidade é, obviamente, transversal a todas as camadas sociais. Por isso é que há tempos vinha uma notícia no Expresso sobre um caso destes. Parece que a Coudelaria de Alter do Chão, que por acaso é uma casa de férias do Estado, andava a ser usada por várias figuras, a começar por ministros do anterior governo, para fazer férias à borla.

O que até seria bem visto pelos portugueses em geral dada a nossa propensão para não só usar o esquema do bórliú, como também admirar quem o pratica com requinte e savoir faire.

O problema é que quando é à borla alguém tem de pagar. E neste caso quem paga somos todos nós. Isso mesmo, todos nós.

Ora é aqui que todo o pensamento do português em relação aos benefícios do bórliú se inverte. Quando lhe sai do bolso a coisa perde a piada e alguém acaba por levar com a factura.

No caso do governo essa factura pode acabar por ser apresentada na altura das eleições. Por isso vamos lá a ter cuidado, senhores governantes, que isto já começa a ser de mais. É um conselho que vos dou e que devem aproveitar. Até porque é grátis.

Ou melhor, é à bórliú!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

DICIONÁRIO DO BOM PORTUGUÊS (ACTUALIZADO)


Alevantar- O acto de levantar com convicção com o ar de "a mim ninguém me come por parvo! Alevantei-me e fui-me embora!"
Aspergic- Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.
Assentar- O acto de sentar, só que com muita força, como fossemos praticamente um tijolo no cimento.
Capom- Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!
Destrocar- Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.
Deus- Treinador de todos os jogadores brasileiros de futebol que nunca se esquecem de lhe agradecer nos finais dos jogos.
Disvorciada- Mulher que se diz por aí que se vai se divorciar.
É assim- Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no inicio de qualquer frase. Muito utilizado nos concorrentes do "Big Brother".
Entropeçar- Tropeçar duas vezes seguidas.
Eros- Moeda alternativa ao Euro adoptada por alguns portugueses.
Exensar- Termos que para ser bem utilizado tem que ser dito rápido para que algumas pessoas percebem que se quer dizer "deves pensar".
Falastes, Dissestes e afins- Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex:EU falei, TU falaste. ELE falou , TU FALASTES:
Fracturação- O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura ... Não predura.
Inimigos- O que vou ganhar depois de alguns lerem este Dicionário...
- A forma mais pratica de articular a palavra MEU e dá um ar afro à língua portuguesa, como Bué ou Maning (muito em Moçambique). Ex: Tio.
Nha- assim como , é a forma mais pratica de articular a palavra Minha. Para quê perder tempo não é? Fica sempre bem dizer Tio e Nha Mãe por exemplo, e poupa-se imenso tempo.
Numaro- Já está na Assembleia da Republica uma proposta de lei para deixar-mos de utilizar a palavra NÚMERO que está em claro desuso. Por mim acho um bom numaro!
Parteleira- Local ideal para guardar os livros de português do tempo da escola.
Perssunal- O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex: "Sou perssunal de futebol." Dica: Deve ser articulada de uma forma rápida.
Pitaxio- Aperitivo da classe do Mendoim.
Prontus- Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um Prontus! Fica sempre bem nos lugares mais bem frequentados da sociedade.
Prutugal- País ao lado da Espanha. Não é a Francia.
Rondana- Uma roldana que ronda à volta de si mesma.
Shampum- Liquido para lavar o cabelo que quando cai na banheira faz PUM.
Stander de vendas- Local de venda. A forma mais famosa é sem duvida o Stander de Automóveis.
Tçou, Tçi e afins- Inicialmente usado por músicos da zona da Baía de Cascais, rapidamente se extendeu a outros tipos de utilizadores. Atender o telefone e dizer "Tçou" é uma experiência aconselhável a qualquer cantor com ligações familiares à cantora Ágata.
Tipo- Juntamente com o "É assim", faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada e não servir para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado nem certo. É assim ... Tipo tás a ver?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

POR AMAR A MANUELA


Por amar a Manuela
E não ser correspondido.
Dei um tiro no ouvido,
Senti uma grande dor.
Por amar a Manuela
E não ter o seu amor,
Mas nunca mais pensei nela…
E fiquei a ouvir melhor.

Arranjei uma estrangeira,
Que de mim fez um doutor.
Só me queria dar amor
E não ser interesseira.
Arranjei uma estrangeira
Soube então o que era amar,
Um dia levei-a à feira…
E deixei-a lá ficar.

Depois tive uma menina,
Que nunca tinha tentado.
Fiquei tão apaixonado,
Que lhe deitei logo a escada.
Depois tive uma menina
Que eu julgava envergonhada
Mas a minha pequenina…
Já era quase formada.

Procurei uma casada
Mas não tive melhor sorte.
O nosso amor era forte
Mas tinha um grande senão.
Procurei uma casada,
Só lhe queria o coração.
Um dia chegou zangada…
Com 6 filhos pela mão.

Conheci uma viúva,
Alta como uma girafa.
Deu-me a beber pela garrafa
E eu não quis ser descortês.
Conheci uma viúva
Mas com o tom dum tal Garcez,
Que à conta do sumo de uva…
Já tinha enterrado três.

Por amar a Manuela
E não ser correspondido.
Dei um tiro no ouvido,
Senti uma grande dor.
Por amar a Manuela
E não ter o seu amor,
Mas nunca mais pensei nela…
E fiquei a ouvir melhor.